DIREITA E ESQUERDA: PARA QUÊ? - POLÍTICA

1 INTRODUÇÃO

Hoje é fato, nos perguntamos sobre a utilidade dos termos e das posições políticas de DIREITA e de ESQUERDA. Na verdade, nos perguntamos até sobre qual a razão verdadeira dos políticos em nossas vidas. Este pequeno artigo tentará nos falar sobre esse assunto, que é tão nojento quanto necessário. O objetivo do mesmo é esclarecer sobre a necessidade ou não da esquerda e da direita na sociedade de classes e, principalmente, na vida da classe trabalhadora.

2 OS JACOBINOS E OS GIRONDINOS

2.1 Jacobinos e Girondinos

Os termos "direita" e "esquerda" em política nasceram na época da Revolução Francesa, em 1789. Segundo A Folha Online:

Os jacobinos faziam parte de uma organização política, criada em 1789 na França durante o processo da Revolução Francesa. No princípio tinham uma posição moderada sobre os encaminhamentos revolucionários, porém, com a liderança de Robespierre, passaram a ter posições radicais e esquerdistas. Pequenos comerciantes e profissionais liberais eram as principais camadas sociais que compunham este grupo.

Com um pouco de temor de parecermos de esquerda, mas com um temor horrendo de parecermos de direita, podemos afirmar, de maneira oposta ao respeitado jornal, que os Jacobinos eram aqueles que queriam a igualdade de direitos para uma maior parcela da sociedade francesa da época. Mais precisamente como afirma O GUIA DO ESTUDANTE (MOIÓLI, Julia).
O costume de afirmar que um partido político conservador é “de direita” e que quem reclama por reformas e mudanças é “de esquerda” nasceu com a Revolução Francesa, em 1789. Durante a Assembleia Nacional da Revolução, representantes de grupos com interesses divergentes se reuniram para decidir os novos rumos da França. As facções principais eram as que representavam o grande capital (a nobreza) e as da burguesia, que buscava o fim de direitos e privilégios feudais e a destituição do rei. Essas correntes ocupavam lugares específicos na sala em relação ao orador. ‘Os legisladores que defendiam reformas mais radicais, como ampliação do acesso à terra e a democratização da escolha dos representantes populares, por exemplo, eram chamados de jacobinos e sentavam-se sempre à esquerda. Os conservadores, que queriam manter alguns dos privilégios dos nobres, eram os girondinos e sentavam-se à direita’, afirma Adriana Facina, da Universidade Federal Fluminense. Ao longo dos anos, a história fortaleceu o sentido dos conceitos “direita” e “esquerda” e eles chegaram aos que conhecemos hoje. “Foi da disposição espacial na Assembléia Nacional na Revolução Francesa que nasceram, grosso modo, as definições que utilizamos para identificar posições dentro do espectro político”, diz Cristina Meneguello, professora de história da Universidade de Campinas.

É preciso delimitar o limite entra a verdade dos fatos e a vontade de escondê-la, que é o que está tentando fazer o supracitado jornal online. Quando diz que os girondinos eram menos radicais e eram liberais, faz-se necessário que atentemos para o fato de que, se hoje os direitos dos trabalhadores são tidos como fonte de inferno para a direita do mundo todo, imagine naquela época! Ou seja, os Jacobinos eram mais radicais porque o queriam era mais radical, a destituição completa do mal sobre a França e os Girondinos queriam perpetuar algumas regalias, pois tinham mais a ganhar que os Jacobinos e o resto do povo, como complementa o cita Guia (2016):
A primeira disputa entre direita e esquerda da história acabou com a vitória dos barbudos da oposição. Os jacobinos conseguiram aprovar a proibição da venda de cargos públicos, acabaram com as isenções de impostos dos nobres e decidiram elaborar uma nova Constituição, de onde nasceria a primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Os Jacobinos eram como os justiceiros do povão, ainda meio sem jeito, sem a esperteza da esquerda do século seguinte.
Ainda é interessante se perguntar quem escreveu a história dos Jacobinos? Os próprios Jacobinos ou os Girondinos no poder? Quem está no poder fala bem de quem perdeu ou não chegou a ele? Desconfie antes de acreditar!
Os girondinos eram aqueles que queriam também o poder, como a Monarquia queria continuar, ou seja, ter os privilégios que a Monarquia tinha e mantê-la para retirar o máximo proveito do que ela guardava para si durante os séculos de sua existência livre e destruidora. Alegre-se, essa não é a pior parte, pois o clero também mamava nas tetas do povo, bebia lhe o mel que o suor e o sangue dos trabalhadores produziam.

O imenso prazer que a direita de ontem e de hoje sente em dizer DECAPITOU não esconde a hipocrisia que tem quando afirma com desdém que os Jacobinos eram violentos e radicais. Aí se pergunte, caro leitor: quem decapitou a Robespierre? Os Jacobinos ou os Girondinos? No respeita jornal online encontra escrito assim:
Entre 1792 e 1794, os jacobinos lideraram o processo revolucionário na França, período que ficou conhecido como "Terror". Foi uma época em que ocorreram muitos assassinatos de opositores políticos, principalmente de monarquistas e girondinos (grupo composto pela alta burguesia francesa).

Outra besteira sobre os Jacobinos é dita nos falhos artigos da Wikipédia, essa diz respeito á oposição entre o liberalismo:
Há quem considere que na actualidade [SIC], a expressão jacobismo sic, designa a defesa do centralismo político e econômico do Estado como forma de imposição de direitos gerais democráticos e económicos alargados por lei. Sendo aqui portanto[SIC] o jacobinismo a antítese do liberalismo capitalista que liberta os movimentos políticos e económicos [SIC] da sociedade (!) (grifo nosso), reservando-se ao Estado o menor papel interventivo possível ou nenhum, de mero assistente e eventualmente regulador. (WIKIPÉDIA, 2016).

No grifo, o espanto e a indagação é sobre o liberta os movimentos. Desde quando a direita se permite movimentos livres? Quanto ao fato do papel do Estado ser enfraquecido, aí se tem razão, mas isso não é pretendido para usufruto de toda a sociedade, mas apenas daquela classe que estiver no poder, que geralmente é de direita.
Mas, felizmente, nem todos os seres humanos já apodreceram em nome do dinheiro e da exploração humana, e nos restam palavras de verdade dos fatos, como nas citadas pelo GUIA DO ESTUDANTE (2016):
Robespierre, principal líder dos jacobinos, era defensor da violência como forma de defender a revolução. Ele tinha como principal objetivo a transformação da França numa república, baseada nos princípios de igualdade e virtude.

A igualdade de direitos sempre perturbou quem estava no governo de direita. “Imagine, direitos para todos! E quem, então, vai produzir as nossas riquezas se estiverem todos felizes e conscientes?”. “Ora, ao inferno os direitos de todos! Ao inferno os esquerdistas! Ao inferno os jacobinos!”

2.2 Fim dos jacobinos

“Com prazer, anunciamos, nós a direita, o fim dos Jacobinos!”. Esse é um momento de grande triunfo: quando os jacobinos, que ajudaram a “derrubar” a Monarquia e o maldito Clero do poder, foram traídos e covardemente destituídos de seu posto de lutador pelas igualdades de direitos, perdendo ainda o seu líder maior: Robespierre. Sobre isso, com grande lascívia, A FOLHA ONLINE (2016) suspira, com fiel defensora da grande burguesia nas terras tupiniquim. Leia o que ela disse, mas perceba o gozo profundo e duradouro:
Após a prisão e execução de Robespierre na guilhotina, em 1794, os jacobinos tiveram suas atividades proibidas na França. Os girondinos voltaram ao poder e comando do processo revolucionário em 1794, implantando os ideais burgueses. Os jacobinos foram dissolvidos no ano de 1799. (FOLHA ONLINE, 2016).

2.3 Quem eram os girondinos? 

O citado jornal afirma que os Girondinos tinham as maiores qualidades da França da época e se ainda existissem com esse nome, até hoje seriam assim, na sua visão caolha e perigosa:
Os Girondinos faziam parte um grupo político moderado (grifo nosso) durante o processo da Revolução Francesa. Seus integrantes faziam parte da burguesia francesa. Eram assim chamados, pois faziam parte do partido político conhecido como Gironda. Liderados por Jacques Pierre Brissot, os Girondinos compunham o Terceiro Estado, junto com os Jacobinos e os Cordeliers. (FOLHA ONLINE, 2016).

Não havia nada de moderação, como não há, no momento em que uma classe está lutando contra tudo e contra todos para se manter no poder à custa do suor e das lágrimas de outra classe social que ajuda a produzir todas as riquezas materiais da sociedade de classes.

2.4 Principais ideais dos girondinos

Não vamos falar por nós, vamos citar na íntegra o que A FOLHA ONLINE fala sobre os girondinos, parece piada, mas vamos lá:
Os Girondinos defenderam, durante o processo da Revolução Francesa, a instalação de uma monarquia constitucional na França, após a queda do absolutismo. Portanto eram contrários ao radicalismo defendido pelos jacobinos. 

Por que eram contrários ao projeto dos Jacobinos? Por que eram bonzinhos com o resto do povo? Não. Porque eram bonzinhos para a sua própria classe. Além disso, não queriam destruir o poder, mas o queriam para si e se já tivessem em suas mãos, para quê destruir quem poderia lhes servir mais tarde? Veja o que ilustra a hipocrisia da época pela boca desdentada da alta burguesia de hoje:
Embora não fossem radicais, os girondinos reagiram com violência às medidas radicais tomadas pelos jacobinos durante a fase da Convenção Nacional. Chegaram a promover perseguições, conspirações e até assassinatos de jacobinos.

E não eram radicais! Como não eram radicais e mataram Robespierre? Como não eram radicais e destituíram a Monarquia de seu poder? Como não eram radicais e não se permitiram a igualdade de fato para o resto do povo? Eram radicais, pois sua missão maior era ser “favoráveis à liberdade das atividades econômicas, sem grandes intervenções do governo” (FOLHA, 2016).
O seu radicalismo era tanto, em favor de seus próprios interesses, que eram “defensores de um sistema republicano moderado, [...] favoráveis a exclusão dos mais pobres das eleições. Em 1795, implantaram o sistema de voto censitário (baseado em rendas) na França. (FOLHA ONLINE, 2016).

2.5 Girondinos na fase do Terror

Segundo a FOLHA ONLINE (2016), “com a instituição do regime do Terror pelos jacobinos, os líderes girondinos foram eliminados em outubro de 1793. Retomaram o controle da revolução em 1794, com a prisão e execução do líder jacobino Robespierre”. Na verdade, não foram eliminados, apenas naquela parte da batalha, houve um passo atrás para poder dar dois para a frente.





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