DO MEU LIVRO
"MARTE. MINHA MORTE OU MINHA SORTE?"


MARTE. MINHA MORTE OU MINHA SORTE?

Uma viagem só de ida.
É só isso?
Não.
É muito mais que isso.

Um brilho no olhar,
A perspectiva do desconhecido,
A imaginação da criação humana,
A vida breve para a vida longa:
Breve para mim,
Astronauta colonizador;
Longa para a humanidade,
Para toda a humanidade.

Uma viagem de emoções constantes.

Emoções sem parar.
A cada dia,
Com sol ou não,
Com tempestade de areia ou não,
Com amigos mortos ou não,
Até fim,
Emoções ininterruptas.
Isso e muito mais.

Segredos revelados
Que não serão contados no pé do ouvido
De um irmão ou de um pai,
Mas para toda a humanidade.

E o que ninguém sabe,
Saber-se-á?
E o que ninguém viu,
Será mostrado?
E o que ninguém ainda ouviu,
Pela terra,
Pelo céu,
Pelo mar,
Por que não,
Alguém ouvirá?

Nós veremos,
Nós ouviremos,
Nós falaremos.

Eu estou diante dessa indagação:
Apenas morrerei
Ou terei sorte de viver
O que nenhum outro ser humano,
Além de nós aqui nessa nave,
Viverá?

Desde que deixei de pisar no chão da Terra
Minha mente,
Quando deixa o medo
E a saudade de lado,
Só me faz criar o desejo de viver
Tudo que jamais viveria
Lá,
No Planeta Água.

Então,
Para você
Que jamais irá fazer história,
Porque está preocupado
Com o quilo do arroz,
Infeliz com suas moedas e suas dívidas,
Eternas dívidas,
Sinto em lhe dizer:
Você é um pequeno verme
Que tem conta num banco
Que não dá a mínima
Para as suas moedas de latão!

Para você,
Assim,
Que se acha importante,
Porque sabe de umas coisas,
Poucas coisas,
Poucas porque nunca saberá das coisas que sei
Porque vivi,
Mas apenas saberá dessas coisas
Porque eu vivi para você,
Porque o seu medo de ser mais além
Do que seu umbigo sujo lhe permite.
E que se transformou em uma ridícula engrenagem
De um sistema roedor de sua essência.
Você,
Aí sozinho com sua tristeza que ninguém,
Mas ninguém mesmo,
Pode saber,
Você é apenas um caroço
Dentro do limão,
Do limão já estragado.

Essa viagem só de ida
É tão importante
Que você,
Tão ridículo,
Não terá capacidade de entender
Não entenderá
Apenas se você abandonar
A sua vida como parâmetro
E tomar a humanidade
Como referência maior.

Você já abandonou sua zona de conforto
Quando foi para frente da TV
Assistir-nos decolar.
Você já saiu de seu salto alto,
De seu pedestal de ouro,
Quando,
Balançando negativamente a cabeça,
Entre tantos jovens
Que acharam maravilhosa essa decisão
De ir a Marte,
Você pensou:
“Loucos!”.
Agora,
Outros seres humanos
Entrarão assim para a história.
E você,
Pequeno como um grão de areia,
Que nunca em sua vida
Fez nada de tão grande
Que qualquer ser humano
Não fosse capaz de fazer,
 Você vai ter que aceitar.
Essa é a verdade mais atual
Que você,
Bem velho na mente,
Terá que aceitar,
Mesmo que em sua tolice,
Você diga com seus botões
“estão brincando de Deus!”
Mas não há brincadeira humana
Que Deus,
O Deus de verdade,
Não aprove,
Pois somos feitos,
Acredite,
 Á Sua Santíssima semelhança!



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