MÚSICA E LITERATURA: O TEMPO E A COMÉDIA DIVINA

Eu ia passando em uma rua de Belém e, quando olhei para a calçada a minha direita, eu vi um homem - parecia um mendigo - com um livro velho na mão. O fato curioso é que a casa que ele estava na frente - eu acho que ele estava pedindo comida - estava tocando a música Time, do Pinky Floyd. Aí olhei bem em sua mão para ver qual era o livro. Era a Divina Comédia, de Dante Alighieri.

Bem, mas eu fiquei curioso com aquilo: um pedinte querendo comer, com um livro clássico nas mãos e a música do Pinky Floyd ao fundo. Tão curioso que perguntei a ele o seguinte:

— Senhor! Eu não sei exatamente o que tem a ver ouvir bem alto a música "Time", de Pinky Floyd, lendo o começo do livro "A Divina Comédia", de Dante Alighieri. Diga-me, que inspiração eu posso tirar dessas duas coisas?

Ele me respondeu assim:

— Embora a música "Time" de Pink Floyd e o livro "A Divina Comédia" de Dante Alighieri possam parecer desconexos à primeira vista, eles têm algumas semelhanças temáticas e podem inspirar ideias sobre o tempo e a jornada da vida.

— Tem sentido — eu disse a ele. E ele continuou:

— A música "Time" de Pink Floyd é uma reflexão sobre o passar do tempo e como as pessoas muitas vezes se sentem presas em suas rotinas diárias, sem perceber que o tempo está passando rapidamente. O livro "A Divina Comédia" também trata de uma jornada que se passa ao longo do tempo, seguindo a jornada de Dante através do Inferno, do Purgatório e do Paraíso. Ao longo do caminho, ele encontra muitos personagens que representam diferentes aspectos da vida e da mortalidade.

— Verdade! — Exclamei.

— Uma inspiração possível que você pode tirar dessas duas obras é a importância de viver plenamente cada momento, em vez de simplesmente deixar a vida passar. Tanto a música quanto o livro sugerem que a vida é preciosa e limitada, e que é importante aproveitar ao máximo cada momento. Eles também mostram que, embora a vida possa ter altos e baixos, há sempre a oportunidade de encontrar significado e redenção nessa jornada.

— Nós passamos pela vida e não damos a devida observação à arte que nos cerca. Nós não damos a atenção intelectual às obras profundas que apenas valorizamos com os sentimentos, as boas sensações e às emoções. Nunca raciocinamos sobre o significado intelectual, quando, na verdade, devemos estar atento a tudo — disse àquele homem que nem comida tinha.

Para terminar, ele disse o seguinte:

— Em última análise, a inspiração que você pode tirar dessas obras depende de como você as interpreta pessoalmente. Mas espero que essa conexão entre as ideias do tempo e da jornada da vida possa ajudá-lo a encontrar alguma inspiração em ambas as obras.

O homem olhou bem dentro dos meus olhos e sumiu.

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